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64971 palavras
260 páginas
A Ilha do Tesouro Robert Louis StevensonPrimeira parte O velho pirata CAPÍTULO I O velho Lobo-do-Mar na Almirante Benbow Como me foi pedido pelo Morgado Trelawnev, pelo doutor Livesey e pelos restantes cavalheiros para passar a escrito todos os detalhes relativos à ilha do Tesouro, do princípio até ao fim, sem nada omitir a não ser a situação da ilha, mas isso apenas porque parte do tesouro ainda está por desenterrar, pego na pena no ano da graça de 17..., e volto ao tempo em que o meu pai tinha a hospedaria “Almirante Benbow”: e ao dia em que sob o nosso teto se alojou o velho marinheiro de face queimada e marcada por um golpe de sabre. Dele me lembro como se fosse ontem, a arrastar os passos até à porta da hospedaria, e da arca de porão que atrás dele seguia num carrinho de mão; alto, forte e pesado, era um homem acastanhado; o rabicho oleoso caía-lhe nos ombros do casaco azul mais que sujo; as mãos calejadas e cobertas de cicatrizes, as unhas pretas e rachadas; e a marca do golpe de sabre através do rosto era de um branco sujo e lívido. Lembro-me de o ver observar a enseada enquanto assobiava para si próprio e, a seguir, sair-se com aquela velha cantiga do mar que tantas vezes cantou depois: “Quinze homens na arca do morto, Aiou-ou-ou e uma garrafa de rum!” numa voz aguda, velha e esganiçada, que parecia ter sido afinada e gasta nas barras dos cabrestantes. De seguida bateu à porta com uma amostra de bengala que lhe servia de bordão e, quando o meu pai apareceu, encomendou de má catadura um copo de rum. Quando este lhe foi servido, bebeu devagar, como entendedor, demorando-se a apreciar-lhe o sabor e continuando ainda a olhar em volta, para os rochedos e para a nossa tabuleta. – Tem bom ar a enseada – declarou por fim – e a taberna está bem situada. Muita gente por cá, camarada? O meu pai disse que não, que havia muito pouca, o que era uma lástima. – Bem – retorquiu –, então é o ancoradouro que me convém. Olha cá, ó moço – gritou para o homem que trazia o