Impressionismo
No Brasil, um grupo dissidente da pintura acadêmica já tinha anunciado as transformações de temas e técnicas em direção ao impressionismo. Tratava-se de um conjunto de alunos da Academia, chefiados por um mestre alemão, Georg Grimm, que ficou historicamente conhecido como o Grupo Grimm. Eles saíam para pintar ao ar livre, de uma maneira espontânea e sem assunto previamente escolhido, rebelando-se contra os cânones do neoclassicismo. Alguns vieram a engrossar as fileiras do impressionismo, como Giovanni Castagneto, Antonio Parreiras e Hipólito Caron; outros seguiram o caminho do realismo, como Garcia y Vasquez e França Junior.
Apesar da resistência conservadora da Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro, que continuava cultivando o classicismo, as orientações impressionistas seduziram artistas no Brasil.
No período em que se desenvolveu o período impressionista na Europa, a arte brasileira estava seduzida pelo realismo e pelo regionalismo, o que dificultava a aceitação de uma nova teoria de fora. Além disso, vimos que um dos preceitos dos impressionistas era a procura do ar livre e das paisagens. Os artistas franceses, ou melhor, parisienses, que primeiro se agruparam em torno do movimento, além do ambiente cultural estavam seduzidos pelos ensinamentos científicos da sua época, o que não acontecia no Brasil. Havia também a considerar o fato tempo: o clima francês era mais seco que o brasileiro, e as cores da natureza eram aqui mais exuberantes, a atmosfera menos límpida, a topografia montanhosa e o interior rural em pouco se pareciam com as bem comportadas paisagens européias. Seria possível o impressionismo no Brasil?
Foi neste contexto que aqui surgiram as primeiras incursões impressionistas, com destaque para Eliseu Visconti.
No início do século XX, Eliseu Visconti foi sem dúvida o artista que melhor representou os postulados impressionistas no Brasil. Sobre o impressionismo de Visconti, diz Flávio de