impressionismo
O impressionismo literário cultivou o “aristocrático prazer de desagradar” às massas mentalmente condicionadas, da sociedade urbano-industrial.
Utilizando-se de sinestesia, prosopopéia, frases nominais, associação “concreto/abstrato”, o refinamento dos impressionistas exige leitores intelectualmente sofisticados.
As emoções e sentimentos despertados no artista; as sensações; a “percepção visual do instante”; a valorização dos estados de alma; a memória; o instável; a cor, a atmosfera e os tons são motivos da escrita impressionista.
Os temas constantes são: o cansaço da vida e na falta de comunicação; o sentimento de frustração; a atração pela decomposição e pela morte; a procura do tempo perdido etc
São exemplos: Thomaz Mann, “Tonio Kroeger”, 1913 e “A morte em Veneza”, 1913; Tchecov, “Tio Vânia”, 1899; Hofmannsthal, “O Louco e a Morte”, 1894, “Salomé”, 1915.
No Brasil, encontramos características impressionistas em autores como: Machado de Assis, Raul Pompéia, Euclides da Cunha, Graça Aranha, Coelho Neto e, entre os portugueses, Eça de Queirós e Cesário Verde.
Ao redigir A Relíquia, Eça de Queirós deixa transparecer nas suas páginas iniciais aquilo que pode ser a síntese do seu estilo. Assim, afirma que sobre a nudez forte da verdade – o manto diáfano da fantasia. Aqui, o escritor deixa transparecer a dualidade do seu estilo literário: por um lado, a descrição fiel da realidade observável através do olhar incisivo do crítico; por outro lado, a fantasia e a imaginação do escritor a colorir essa mesma descrição.
Deste modo, Eça mostra ter a noção que a arte não pode ser produzida sem sentimento ou fantasia/imaginação. Se a arte for uma mera descrição da realidade, será meramente um boletim informativo ou um artigo científico. Assim, é necessário que