Obviamente, os avanços científico-tecnológicos, de sistemas de gestão e de legislação ambiental, somados à melhoria da educação em geral e a um aumento da consciência sobre as questões ambientais, são fundamentais para se minimizar os impactos causados pela civilização humana. No entanto, a compatibilidade entre o funcionamento da sociedade e a conservação do meio ambiente passará, inevitavelmente, por uma redução do consumo material da nossa espécie. Impactos ambientais decorrentes do cotidiano das pessoas são, em geral, vistos como pouco expressivos ou totalmente desconsiderados. No entanto, as ações diárias de bilhões de pessoas e o consumo de um sem número de bens e serviços representam uma pressão sobre os recursos naturais, por vezes insuportáveis. Todas as grandes atividades econômicas citadas anteriormente crescem em função da enorme demanda material da sociedade de consumo. O comércio internacional de mercadorias e serviços engordou 12 vezes entre 1975 e 2005, saltando de US$ 1,014 trilhão para US$ 12,539 trilhões (em dólares corrigidos). Nesse intervalo de tempo, a população global aumentou 1,6 vezes (ou 60%). Somente entre 2000 e 2005, o comércio global cresceu 59%! Um exemplo bastante ilustrativo é o da utilização de papel e papelão em escala global. Apesar do fato de que produtos derivados da celulose são fabricados a partir de madeira de reflorestamento, enormes áreas de florestas nativas foram – e continuam sendo – desmatadas para dar lugar a essa matéria-prima. A fabricação de papel consome bastante energia e utiliza produtos químicos tóxicos, como soda cáustica. Entre 1975 e 2005, o comércio desses produtos cresceu 170% (lembrando que nesse período a população cresceu 60%). O advento do computador pessoal, no final dos anos 1980, prenunciava uma redução expressiva no uso de papel! O comércio global das nossas principais fontes energéticas, os combustíveis fósseis, somente entre 1990 e 2003, cresceu 58%, versus um acréscimo