Impactos Ambientais
As centenas de usinas hidrelétricas construídas até hoje no Brasil resultaram em mais de 34.000 km2 de terras inundadas para a formação de barragens; no deslocamento compulsório de cerca de 250 mil famílias, populações ribeirinhas diretamente atingidas pelos reservatórios; e em muitos danos ambientais e sociais. O maior empreendimento em construção no Brasil é a usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, estado do Pará, cuja obra enfrenta muitos protestos ambientais. A rejeição às grandes barragens é produto de um histórico de erros no setor. O símbolo maior desses enganos é a usina de Balbina, erguida nos anos 1980 no rio Uatumã, no estado do Amazonas. Balbina, concebida no regime militar na década de 1970 e finalizada em 1989, é considerada a maior tragédia ambiental do país. Inundou uma área quatro vezes superior a Itaipu, incluindo parte da reserva indígena Waimiri-Atroari, para gerar somente 10% da energia de Itaipu. Matou peixes e causou a escasses de alimentos e fome para as populações locais. Nem mesmo o abastecimento de energia elétrica para a população local foi cumprido. Em 1989, após uma análise da situação do rio Uatumã, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) decretou sua morte biológica. Os construtores inundaram a área sem retirar as árvores e transformaram a paisagem em um grotesco paliteiro. A madeira em putrefação atrai nuvens de mosquitos e gera metano. Bactérias aeróbicas promoveram a decomposição da matéria orgânica, que acarretou a diminuição da taxa de oxigênio dissolvido na água e provocou a morte de milhares de peixes. No caso da construção da hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, um exemplo de má administração das questões ambientais na construção, cientistas relatam a fuga em massa de macacos, aves e outras espécies durante os dois meses que durou a inundação do lago de 2.430 km2. A estimativa é que apenas 1% das espécies locais sobreviveu. Mesmo com o