Impacto socioambiental do plantio da soja
Uma das conseqüências do processo de expansão da fronteira agrícola na região centro-oeste e norte são a concentração fundiária, de renda e dos sistemas produtivos (grandes fazendas de gado e monoculturas mecanizadas, que é o caso da soja) com a subordinação dos padrões culturais e produtivos das comunidades locais e regionais, ao padrão conduzido pelos novos atores sociais, de modo feral imigrantes de outras regiões, com acesso a capital e tecnologia. Este processo tem levado ao aumento do deslocamento de pequenos colonos, em razão de conflitos sociais ou da compra de lotes, resultando em novas fronteiras locais e acrescido desmatamento.
Em alguns estados a duração do ciclo de culturas nas áreas recém desmatadas esta se tornando mais curto. Este processo é mais evidente nas regiões que já possuem uma fronteira agrícola relativamente consolidada, acesso à infra-estrutura e topografia plana. Há indícios que o prazo de aproximadamente 5 anos entre desmatamento e mecanização (estimado pela maior parte dos observadores) esteja se reduzindo para aproximadamente 2 a 3 anos.
As analises da correlação entre expansão da soja e as taxas de desmatamento em escala municipal mostram que existe uma relação indireta entre os dois fenômenos, indicando que a soja é um dos fatores do desmatamento, mas não o único. Há indícios que a sua expansão direcione o desmatamento em novas áreas pioneiras e deslocamento da pecuária para outras áreas. Alem disso, cenários futuros apontam para um aumento da expansão da cultura em função da disponibilidade de terra e presença da cultura em função da disponibilidade de terra e presença de infra-estrutura disponível.