Immanuel Kant
Um dos filósofos que mais profundamente influenciou a formação da filosofia atual, Kant nasceu em Königsberg, na Prússia Oriental (Alemanha), atualmente Kaliningrado na Rússia, onde passou toda sua vida tendo chegado a reitor da Universidade de Königsberg, onde foi estudante e professor. O pensamento de Kant é tradicionalmente dividido em duas fases: a pré-crítica (1755-1780) e a crítica (1781 em diante), que se inicia com a publicação da Crítica da Razão Pura, sua obra capital. Na fase pré-crítica o pensamento kantiano está totalmente inserido na tradição do sistema metafísico de Leibniz e Wolff, então dominante nos meios acadêmicos alemães. Sua principal obra nesse período é a Dissertação de 1770, com a qual se tornou catedrático da universidade, e que, embora elaborada dentro do quadro conceitual da metafísica tradicional, prenuncia alguns dos termos centrais da fase crítica, como a questão dos limites da razão e da solução dos problemas metafísicos. A fase crítica se inicia, nas palavras do próprio Kant, por causa de suas leituras dos empiristas ingleses, sobretudo de Hume. É famosa a citação nos Prolegômenos de que “Hume despertou-me do meu sono dogmático”. As objeções céticas de Hume ao racionalismo dogmático e à metafísica especulativa levaram Kant a questionar e reconsiderar essa tradição, ao mesmo tempo procurando defender a possibilidade da Ciência e da moral, contra o ceticismo arrasador de Hume. A filosofia crítica se resume a quatro grandes questões: 1) o que podemos saber? 2) o que devemos fazer? 3) o que temos direito de esperar? 4) o que é o homem? Em sua Lógica (1800), Kant afirma que a filosofia é por um lado a relação entre todo o conhecimento e o uso da razão. E, por outro lado, do fim último da razão humana, fim este ao qual todos os outros se encontram subordinados e para o qual devem se unificar. A primeira questão é tratada essencialmente na Crítica da Razão Pura, em que Kant investiga os limites do emprego da