Imigração
A proposta da obra é trazer um relato do desenvolvimento agrícola promovido pelos japoneses na região, iniciado pelos primeiros imigrantes que chegaram ao município de Tomé-Açu (PA) no dia 22 de setembro de 1929, vindos do porto de Kobe. Poucos anos depois, inseriram na região duas culturas exóticas, juta e pimenta-do-reino, que tiveram grande importância na economia dos estados do Amazonas e do Pará, respectivamente.
“Estima-se que cerca de 250 mil imigrantes japoneses chegaram ao Brasil de 1908 até 1973. Na região Norte, eles tiveram uma experiência singular de desenvolvimento agrícola. Só o plantio e o beneficiamento da juta, no seu apogeu durante a década de 1960, chegou a representar um terço do PIB [produto interno bruto] do Amazonas”, disse Alfredo Homma, pesquisador da Embrapa desde 1974.
“Essa planta, cujas fibras eram utilizadas para a confecção de sacos, foi perdendo importância até praticamente desaparecer com a abertura dos mercados durante o governo Collor, quando tornou-se mais barato importar juta da Índia e de Bangladesh”, explicou o também professor de economia agrícola dos cursos de pós-graduação da Universidade Federal do Pará e da Universidade Federal Rural da Amazônia.
Outras razões do desaparecimento da juta, segundo o autor, estão relacionadas ao início do transporte a granel e a competição com as demais culturas agrícolas.
A pimenta-do-reino, por sua vez, teve seu apogeu na década de 1970, no Pará, chegando a representar mais de 35% do valor das exportações do estado, antes de outras atividades econômicas