imigraçao

IMIGRAÇÃO ALEMÃ PARA A CIDADE DE LIMEIRA
Maria Cristina dos Santos Bezerra*

Muito se tem escrito sobre a imigração para o Brasil e pesquisas sobre a imigração alemã para o interior do Estado de São Paulo começaram a tomar vulto no final do século XX, porém, para este estudo se faz necessário retornar um pouco a esse fenômeno imigratório para a compreensão da formação sócio-cultural e econômica do Estado de São Paulo, a conseqüente constituição do interior paulista e sua inserção na economia do país, principalmente a partir de meados do século XIX com o desenvolvimento da agricultura cafeeira na região, que pôde contar com a mão-de-obra do imigrante alemão nesse desenvolvimento.
O período imigratório no Brasil não foi um fato isolado, mas conseqüência de um processo provocado por grandes transformações sociais, econômicas e políticas que assolaram todo o mundo devido à reestruturação por que passavam o sistema capitalista, as relações sociais de produção e se redefinia a hegemonia política internacional.
Um aspecto salutar nesse processo e que repercutiu no Brasil nesse período, foi a restrição à vinda de mão-de-obra africana imposta com a proibição do tráfico negreiro internacional a partir de 1850, vinculado aos interesses da coroa britânica; embora essa interferência na economia brasileira seja muito anterior, tendo iniciado-se no momento em que o governo português se transferiu para o Brasil com a proteção da Inglaterra, graças aos privilégios econômicos que esta mantinha sobre Portugal e, que transferiram-se automaticamente para o Brasil independente. Para Caio Prado Júnior (1977: p. 128), “o plano inglês de compensar-se de suas derrotas no continente europeu com a conquista das colônias ibero-americanas é óbvio”. Salienta que, no caso do Brasil, as circunstâncias favoreceram e facilitaram o plano, uma vez que não houve necessidade de exércitos e de intervenções armadas, já que o soberano português entendeu ser mais conveniente aceitar a oferta inglesa