Imigração
São Paulo foi, de longe, o que mais atraiu imigrantes. Dos 4,5 milhões que chegaram ao Brasil, cerca de 3 milhões desembarcaram em Santos e subiram a serra rumo ao interior do estado, na esperança de, ao colher os grãos, colher para si um pouco da riqueza do café. Esperança que nem sempre se realizou. Por diferentes caminhos, boa parte de toda essa gente acabou ficando ou vindo para a capital.
Os imigrantes desembarcavam em Santos e, eram encaminhados de trem até o Brás, onde ficavam na Hospedaria dos Imigrantes – hoje transformada no Memorial do Imigrante – e de onde partiam para as lavouras de café no interior do estado. Muitos deles, entretanto, preferiam ficar na capital daí o surgimento de bairros nos quais a presença de estrangeiros era marcante, como Bom Retiro, Brás, Bexiga e Barra Funda.
Os fazendeiros preferiam contratar famílias devido à organização de produção, trabalhava na lavoura, em jornadas de 10 a 14 horas.
Os primeiros imigrantes trabalharam lado a lado com os escravos, sofrendo pressões e maus tratos semelhantes. Alguns fazendeiros tentaram até instalar os recém-chegados nas moradias ocupadas pelos escravos. Com a insistência dos colonos por mudanças em algumas senzalas, elas foram remodeladas ou foram construídas moradias mais afastadas da sede da propriedade rural e com melhor qualidade que a dos cativos. As casas dos imigrantes eram quase sempre muito rústicas, construídas de taipa ou e pau-a-pique, sem banheiro e com chão de terra.
As mulheres cuidavam dos animais, da horta, da colheita e se responsabilizavam pela casa e pelos filhos, e as crianças ajudavam no beneficial do café.
A riqueza proporcionada pelo cultivo do café nas terras paulistas alterou muitos costumes e práticas culturais. Da agricultura aos objetos domésticos, modos de vestir, de falar, pode-se dizer que o século XIX foi o primeiro período de verdadeira revolução, no qual traços comportamentais vindos do passado indígena, do açúcar foram