IMIGRAÇÃO JAPONESA
Marcelo Alario ENNES
Universidade Federal do Sergipe/NEDU/Itabaiana
Geografia e migração: movimentos, territórios e territorialidades / Amaro de Sousa (organizadores). – 1.ed. ; Expressão Popular, 2010.
INTRODUÇÃO
O nipo-brasileiro é brasileiro porque vive e/ou nasceu no Brasil e também japonês por ter nascido e/ou herdado disposições práticas e simbólicas de seu país de origem ou de seus pais e avós.
O objetivo central do artigo é problematizar o modo como ideias contemporâneas sobre identidades, como as ideias de “fronteiras” e “entrelugares” foram histórica e concretamente gestadas pela imigração.
IDENTIDADES E MIGRAÇÃO: NOVAS ABORDAGENS DE ANTIGAS QUESTÕES
No contexto do debate teórico contemporâneo, a discussão sobre identidades tem se caracterizado pelo descentramento, bem como pelas abordagens relacionais no lugar daquelas que privilegiavam identidades essencialistas.
Nessa direção, Stuart Hall a ponta três grandes contextos históricos dos processos de definição indenitária. O primeiro contexto refere-se ao período de afirmação do ideário liberal-iluminista, o segundo contexto é o da sociedade de massas, e o terceiro contexto é o da pós-modernidade caracterizado, fundamentalmente, pela globalização.
SEYFERTH (2004) afirma que o processo de convivência com novas autoridades luso-brasileiras presentes na sociedade local, ou mesmo no estabelecimento de relações com pessoas ou grupos fora da área colonial germânica é um processo de ruptura de fronteiras. Essa crítica de Seyferth é importante, pois a convivência com indivíduos e grupos de origens étnicas não representa uma ruptura com a “germanidade”, mas um rearranjo de modo a contemplar elementos das identidades dos grupos com os quais os teuto-brasileiros relacionam-se.
A IMIGRAÇÃO E A PRODUÇÃO DE IDENTIDADES
No brasil, o fluxo imigratório concentrou-se entre 1880 e 1930 e foi