Imigração boliviana no Brasil
Perfil mudou ao longo dos anos.
Os primeiros bolivianos a migrarem para o Brasil eram via de regra estudantes, que se deslocaram para São Paulo ainda nos anos 1950, dentro de programas de intercâmbio acadêmico entre o Brasil e a Bolívia. A partir da década de 1970, o perfil desse migrante mudou. "Para trabalhar nesse setor de costura, as pessoas que chegam hoje a São Paulo vêm do departamento de La Paz, da região andina, urbana. E principalmente da cidade-subúrbio El Alto. Ou seja, temos que pensar essa migração em termos urbanos e não de um migrante que vem do meio rural, campesino, e é facilmente explorado pelos agentes da cidade" Muitos desses imigrantes bolivianos permanecem apenas por pouco tempo no Brasil, tendo sempre em vista um retorno ao país de origem. “Eles costumam ficar um ou dois anos e acabam voltando para El Alto, onde a família ficou”. As relações sociais, quando eles estão no Brasil, não são a prioridade deles. A meta é trabalhar, juntar dinheiro durante uma temporada, montar um projeto – comprar um casa, financiar os estudos – e voltar. Tem muito movimento, muitos vão e voltam".
Fatores de atração: Para o Brasil, essa migração recente é um fato praticamente inusitado. Embora país de imigrantes, as últimas levas de imigração em massa já está há muito enterradas no imaginário brasileiro. Essa tendência recente reflete a nova posição geopolítica assumida pelo Brasil na América Latina. “O papel do Brasil na região está crescendo cada vez mais. O Brasil não era um país de imigração muito importante para os vizinhos, ao contrário da Argentina, que assumia no passado esse papel de polo migratório regional. Agora o Brasil está assumindo essa função. Isso engloba vários aspectos: a posição do país na região, a forma como ele se auto define, as relações que tem com os vizinhos”.
Onde se concentram:
E o seu principal destino tem sido a cidade de São Paulo. Conforme o consulado da Bolívia