Ilha das flores
A Ilha das Flores é um curta metragem que nos aproxima de uma realidade nenhum pouco nova ao nosso cérebro, mas sim aos nossos olhos, pois trata-se de cenas que concretizam por imagens aquilo que costumamos ignorar para o nosso próprio bem estar e desencargo de consciência.
Esse filme evidencia aquilo que nos diferencia dos demais animais: o telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor. Entretanto, essas características particulares na maioria das vezes não nos têm feito melhores tendenciosos para o bem, mas sim melhores (temos o privilégio de raciocinar), contudo tendenciosos para o mal e em frenética busca de criações que melhorem nosso planeta. Criamos o lixo e o dinheiro.
A partir disso, agora nos diferenciamos dos demais animais pelo polegar opositor e o telencéfalo altamente desenvolvido, e dos demais seres humanos pelo ter ou não dinheiro. Este, por sua vez, agravou ainda mais a noção de superioridade que nós pensamos ter, fazendo com que cometamos absurdos como os mostrados no filme, no qual os porcos são mais bem tratados que seres humanos tanto vivos, pois a comida que não serve para eles será liberada para alimentação de famílias; quanto mortos, uma vez que o tomate que não é útil para prepará-lo superficialmente vai para o lixo e depois para o estômago de pessoas.
Além do exibido no filme, essa mesma realidade de descaso com o próximo observamos ao fazermos uma comparação da quantidade de pessoas dispostas a adotar crianças com a quantidade das mesmas de adotar animais de estimação. Certamente, os orfanatos recebem menos visitas que muitos canis; e os animais adotados, assim como os porcos, são mais bem tratados que muitos de nossos semelhantes, uma vez que os porcos geram renda e os animaizinhos de estimação demonstram tê-la, pois não basta “ter“, temos que “exibir”. Exibir que somos livres por meio do dinheiro e podemos trocá-lo por aquilo que nos satisfaz quando bem quisermos,