Idade Óssea em Pediatria
IDADE ÓSSEA EM PEDIATRIA
EDUARDO MARCONDES 1
Instituto da Criança do Hospital das
Clinicas da Faculdade do Medicina da
Universidade de São Paulo.
1 Professor Titular de Pediatria
Preventiva & Social — FMUSP
Aceito para publicação em 10 de abril de 1960
Idade óssea (IO) é o índice do desenvolvimento do esqueleto, um aspecto da maturação do indivíduo. Na grande maioria das crianças, o crescimento físico, vale dizer, o aumento da estatura, está muito bem balanceado com diferentes aspectos da maturação, como o desenvolvimento ósseo, o sexual, o mental, o dentário, o neuromotor e outros, de modo a ser possível, do ponto de vista clínico, considerá-los, todos, como componentes de um mesmo processo. Conseqüentemente, infere-se que uma criança de estatura normal deve estar normalmente desenvolvida. Tal conduta é em parte justificada, pois os dois processos (o crescimento e a maturação) iniciam-se e devem terminar juntos'. Maturidade é um produto final, um estado acabado e maturação pode ser entendida como o processo através do qual o ponto final é atingido. A maturidade morfológica é inevitável para todos os indivíduos, porém chega mais cedo na vida para uns e mais tarde para outros, fenômeno esse que tem implicações na estatura final do indivíduo: de fato, a diferentes velocidades de maturação esquelética (em busca da maturidade do esqueleto) correspondem diferentes velocidades de ganho de estatura e diferentes produtos finais, isto é, diferentes estaturas finais.
Claro está que nem todos os sistemas fisiológicos da criança maturam a uma mesma velocidade. Ao final do primeiro ano o cérebro já apresenta toda a população neuronal disponível para o resto da vida, mas os órgãos genitais estão neste momento em fase de franca imaturidade, muito mais distante do estado adulto do que o cérebro. É provável que exista um mecanismo de regulação central da maturação da criança como um todo, mas há, também, independência entre