Idade Média
A Idade Média, sinônimo de “Idade das Trevas” não convence mais aos historiadores e há algum tempo a historiografia vem procedendo com insistência à crítica dessas concepções, tentando recuperar as contribuições que a época medieval ofereceu. Nossa proposta pretende desfazer o usual preconceito que adquirimos ao longo dos nossos estudos, em relação a este período, pois não devemos fechar os olhos e não reconhecer a rica herança cultural, política e social do mundo medieval, fato importante para uma melhor compreensão do nosso século.
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas do século XX, a Idade Média tem despertado nos pesquisadores um interesse crescente. Desde os anos 50, aproximadamente – ou a partir da criação da Escola dos Annales – os estudos medievais conquistaram um posto de honra na historiografia mundial. Em virtude disso, há uma ampla divulgação destes novos estudos no Brasil. Entretanto essa curiosidade, essa fascinação já extrapolou os âmbitos acadêmicos, despertando o interesse e curiosidade também do grande público. Essa atração é bem compreensível, pois falar da Idade Média é, de certa forma, falar de nós mesmos, pois ela representa o período de gestação no qual foi criado o mundo moderno. Nosso quotidiano está repleto de inovações surgidas naquela época
O patrimônio da cultura material do Ocidente apresenta igualmente uma longa lista de elementos criados ou difundidos pela Idade Média, objetos sem os quais a vida moderna seria inimaginável, mas que dificilmente as pessoas associam àquele período. Lembremos alguns: (...) atrelagem rígida de animais de tiro (...), ferradura (...), álcool (...), moinho de vento, leme vertical, chaminé, tear com pedal (...), óculos (...), carrinho de mão, ferro fundido, luneta, serra hidráulica (...), espelho de vidro (...), portulano e imprensa de tipos metálicos móveis (...).1
Além disso, as atuais nações européias, das quais derivamos, juntamente com suas respectivas