id e ego
Rodrigo Duarte*
Gilzane Naves**
RESUMO
Este artigo tem por objetivo situar o problema do ser-para-a-morte em Martin Heidegger na perspectiva da investigação fenomenologica-existencial. Detendo-nos, sobretudo, nos conceitos heideggerianos de Dasein, ser-no-mundo, ser-com-outro. Assim como nos modos de ser do Dasein: ser-de-angústia, ser-de-projeto e, em especial, o que o filósofo da floresta negra chamou de ser-para-a-morte. Daí apontar estes conceitos existenciais no Dasein, o qual está determinado pela mais real possibilidade, a finitude, que pode ser um caminho de encontro da autenticidade.
Palavras-chave: Ser-para-a-morte. Morte. Existência. Autenticidade.
1 - INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como propósito abordar o pensamento heideggeriano em sua primeira fase, em especial a partir de Ser e Tempo, no qual procuramos fazer uma leitura em torno do ser-para-a-morte, apresentando um viés positivo desta possibilidade inevitável, como meio para que o existente possa projetar-se e abrir-se a uma existência autêntica.
O Dasein como ser limitado por circunstâncias que compreendem o seu mundo compartilhado é levado a pensar sobre a dimensão futura de sua existência e a lançar-se para seu encontro. É chamado a projetar-se mediante tal desafio, vendo-se sempre limitado no tempo como ser mortal, frágil sujeito a incompletude, marcado pela angústia.
Nosso trabalho inicia por meio de uma apresentação dos principais conceitos em Ser e
Tempo, em especial aqueles que estão mais próximos de nossa investigação.
2 - CARACTERIZAÇÃO PRÉVIA DOS CONCEITOS DE HEIDEGGER
Neste tópico pretendemos examinar os conceitos de Dasein (ser-ai), de ser-no-mundo e de ser-com-outro, na medida em que estes três conceitos cumprem um papel fundamental no pensamento de Heidegger, ao recolocar a questão do sentido do ser, depois de um longo período de esquecimento do ser provocado pela metafísica ocidental.
* Graduado pela Faculdade