Iara Iavelberg nasceu numa rica família judia paulistana e aproximadamente aos 19 anos já estava inserida na militância política. Iara chegou ao Marxismo através do movimento estudantil e militando no MR-8 (Movimento Revolucionário Oito de Outubro), conheceu Carlos Lamarca, comandante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) dois meses depois de ele desertar do exército. A paixão entre a filha de milionários paulista que tornou-se socialista e o filho de sapateiro carioca, foi fulminante. Os dois foram viver juntos e passaram dez meses escondidos em 'aparelhos' pelo país. Uma das companhias do casal nestes esconderijos e que testemunhou de perto a relação entre os dois, foi a guerrilheira 'Vanda', da VPR, codinome de Dilma Roussef. Em 1970, começaram treinamento militar no Vale do Ribeira - onde Iara deu aulas teóricas de marxismo aos guerrilheiros - e, caçados pelo exército, cartazes com a foto dos dois, entre outros, foi espalhado por todos os cantos do país. Neste ano, em 7 de dezembro, Lamarca liderou o sequestro do embaixador suíço Giovanni Bucher, no Rio de Janeiro, em troca da libertação de 70 presos políticos. Nos primeiros meses de 1971, a maioria das organizações de esquerda já estavam desarticuladas e semidestruídas, e os restos da VPR juntaram-se ao MR-8. Na nova organização, Iara, intelectual, teve um cargo de cúpula e Lamarca, considerado mais despreparado pela nova direção, foi rebaixado a militante de base, enviado para o interior da Bahia, enquanto a mulher deveria se estabelecer em Salvador. As causas e até a data de sua morte permanecem envoltas em mistério. A data oficial é contestada por relatório do Ministério da Aeronáutica, segundo o qual ela teria se suicidado em 6 de agosto, acuada pela polícia em uma residência em Salvador. Alguns militantes, presos no DOI-Codi de Salvador, dizem ter ouvido seus gritos quando era torturada, o que contradiz a versão do Ministério da Marinha, segundo a qual ela teria sido morta durante "ação de