A humilhação social, um problema político e psicológico, é uma angústia causada pelo impacto da desigualdade de classes. A classe trabalhadora vivencia essa realidade. O trabalhador manual esforça-se por longa jornada de trabalho só para sobreviver. Negam-lhe o direito de adquirir bens como finalidade dos seus esforços, obrigando-o a tornar-se um desapegado ou um ser vegetativo. Sem a perspectiva de dias melhores e mais prósperos, o trabalhador pobre resigna-se ao trabalho diário somente buscando a sua sobrevivência e dos seus agregados. Habitam bairros pobres, esquecidos pelas autoridades, onde não possuem condições de melhorar suas próprias moradias. Seus salários não os permitem investir em melhorias nos próprios lares. Desse modo, a visão dos bairros pobres torna-se chocante, pois faltam recursos financeiros para suas conclusões. A esperança de mudanças dessa realidade, vivenciada pelos moradores desses locais é praticamente inexistente. No trabalho, o patrão, dono de todos os bens, dita as ordens aos empregados, utilizados como energia que movimenta as fábricas. Reduzidos à força muscular, o trabalho torna-se monótono causando-lhe sofrimento. O silêncio do empregado garante-lhe a permanência no emprego. Do lado externo das fábricas, a cidade fecha-se aos pobres, que em certos ambientes públicos tem sua presença “indesejada”, a não ser na condição de subalternos, servindo aos que despendem dinheiro e ordens. Os pobres vítimas da exclusão lamentam-se em ambientes atrativos (passeios, shopping, excursões), culpando-se por usufruir desses locais, sem a presença de seus familiares. Os “excluídos” da cidade, quando frequentam lugares diferentes de sua realidade, deprimem-se diante de tantas belezas inacessíveis às suas condições financeiras. Muitos revoltam-se e tem dificuldades de aceitar sua realidade. A exclusão social oprime os pobres, que julgam-se sem o direito de estar naquele “mundo” que não os