Humildade
O egoísmo e o individualismo se tornaram a base da vida e do existir humano em detrimento do valor maior, o social e o humanitário. Com isto o próprio amor adoeceu e a convivência humana se tornou progressivamente agressiva. Sintomas claros de uma sociedade doente, rica em recursos, mas muito pobre nos valores da vida.
Entretanto, a virtude da humildade como maturidade de ser e de existir tem um valor e um sentido transformador e dignificante para a vida humana. Humilde é a pessoa que tem a capacidade para se relacionar sadiamente consigo, com os outros, com os bens da criação e com o Criador.
Humildade vem de "húmus", terra, realidade, alguém que tem os pés na terra, isto é, alguém que tem consciência do que é: de suas virtudes, habilidades e qualidades, mas igualmente de seus limites e fraquezas. Humilde é a pessoa aberta para a vida, para a transformação, para a mudança, para o crescimento, para o acolhimento dos valores e da ajuda de Deus e dos outros. Uma pessoa humilde sabe que não é dona da verdade. Ela está sempre aberta à mudança e ao crescimento. Reconhece e aceita que todos têm algo a ensinar. Não exclui ninguém. Busca conviver com todos tendo um espírito de disponibilidade para colaborar, como tem maturidade para aceitar a ajuda de qualquer pessoa independente de sua posição social, cultura, ou religiosa. É alguém grato à vida.
Na verdade, a virtude da humildade nos leva ao verdadeiro autoconhecimento, com nossas virtudes e limites. Nos leva também a reconhecer e aceitar o valor de cada pessoa e de sua importância no convívio social. A humildade, como virtude, é indispensável para que o próprio amor aconteça. Sem humildade não há verdadeiro amor, pois sabemos que o amor exige e supõe a comunhão, a partilha