humanização

1349 palavras 6 páginas
SANEAMENTO
Passando a história a limpo
O Estado brasileiro só reconheceu sua responsabilidade pela saúde pública a partir da Constituição de 1891, praticamente um século após os países europeus. Antes, apesar da alta incidência de tuberculose, febre amarela, malária, ancilostomíase e varíola, as questões de saúde pública eram tratadas por comissões formadas por pessoas da sociedade.
As primeiras iniciativas do Estado visaram combater a febre amarela. Para isso, foram feitas campanhas para saneamento dos portos de Santos, Rio de Janeiro e Recife, motivadas por interesses econômicos, como a preservação da mão-de-obra e a importação de mercadorias, principalmente da Inglaterra e dos Estados Unidos.
Para combater a ancilostomíase e a malária, no Interior do país, foram feitos acordos com a Fundação Rockefeller, que passou a enviar ao Brasil técnicos com objetivo específico de construir instalações sanitárias nas moradias, a fim de evitar a contaminação das pessoas pelas fezes. Uma inspeção constatou que 90% da população visitada, nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, estava doente. O Brasil era um "vasto hospital" na visão dos sanitaristas.
Nessa época, Monteiro Lobato criou Jeca Tatu, que simbolizava o morador do Interior, fraco, sem disposição para o trabalho e constantemente doente. O personagem ficou muito conhecido durante a campanha presidencial de 1918, porque foi usado por Rui Barbosa para atacar o governo, provocando debates acirrados no Congresso Nacional sobre as causas do atraso do país. Boa oportunidade para os sanitaristas mostrarem que o círculo vicioso criado pela doença, ambiente insalubre, analfabetismo e pobreza era a verdadeira causa do subdesenvolvimento e não as origens raciais do povo brasileiro, como defendia a maioria dos parlamentares.
No Estado de São Paulo, havia predomínio econômico e político dos fazendeiros do café. O interesse pela importação da mão-de-obra para suas lavouras fazia com que apoiassem as medidas de saneamento

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