Humanizacao
Abril 2014
Introdução
Os termos humanização, humanização da assistência hospitalar ou humanização em saúde já são de domínio público, embora haja certo “estranhamento” e resistência por parte de muitos profissionais da saúde em aceitá-los. O argumento principal é que a humanização é inerente à prática de quem cuida de seres humanos. A Política Nacional de Humanização (PNH) (Brasil, 2004), por sua vez, não demarca um conceito, habilmente afirma apenas um “entendimento” do seu coletivo de formuladores:
Assim, entendemos Humanização como: valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores; fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos; aumento do grau de co-responsabilidade na produção de saúde e de sujeitos; estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de gestão; identificação das necessidades de saúde; mudança nos modelos de atenção e gestão dos processos de trabalho tendo como foco as necessidades dos cidadãos e a produção de saúde; compromisso com a ambiência, melhoria das condições de trabalho e de atendimento (Brasil, 2004).
Assim como corrobora Ayres (2005), estudioso da temática no âmbito da saúde coletiva, o conceito de humanização ocupa um lugar central na reflexão sobre as práticas de saúde no Brasil, no sentido de sua maior qualificação. Deslandes (2004), outra importante autora estudiosa do tema da humanização, o situa como uma exigência ética para a promoção de cuidados em saúde, reforçando a idéia de humanização como antítese da violência e da incomunicabilidade características da cultura institucional hospitalar. Ambos os autores têm apontado em seus recentes estudos a necessidade de estabelecer a efetividade e a legitimidade da relação Eu-Outro, como forma de garantir o respeito aos sujeitos no cotidiano dos serviços de saúde. A efetividade e a