Humanismo
O autor apresenta crítica ao realismo materialista, a então filosofia de sustentação do cientificismo tecnicista atual, tecendo uma critica acerca da razão analítica, ditame da nossa sociedade pós-moderna, sociedade esta que se configura pelo encapsulamento do existir, um existir individual que não oferece espaço para o cuidado. Posto isso, o autor propõe um novo ethos, um modo-de-ser-essencial (re) significando as formas de agir e resgatando o cuidado inerente á existência humana.
Leonardo Boff desenvolve a sua obra utilizando-se de fábulas e mitos, para apresentar a origem do homem e o significado do cuidado, sendo a essência do ser humano, o saber cuidar. Para o autor, o homem apenas constitui-se homem, a partir do cuidado, cuidado esse essencial a sua condição. Com a fábula-mito do cuidado elaborada por Higino, o autor explica o sentido do cuidado para a vida humana como forças que atuaram nos universais mais importantes: o céu (Júpiter), a terra (Tellus), a história e a utopia (Saturno). A partir desta fábula, ele aprofunda as suas várias dimensões na vida pessoal, social e planetária do humano. Como indicação para o caminho certo, Boff aponta uma nova ternura para com a vida e um sentimento (pathos) autêntico de pertença a Mãe-Terra no modo de ser essencial por meio do "cuidado essencial".
Apresentam-se então dois conceitos cruciais desta obra, as formas de ser no mundo: a do trabalho e a do cuidado. O modo-de-ser-no-mundo pelo trabalho é o de interação e de intervenção na natureza. Já o outro modo de