Hu, O tigre
De: Mayra Sousa Resende No último dia 30, um garoto de onze anos teve seu braço mutilado por Hu, tigre residente no zoológico de Cascavel PR. A notícia se espalhou pelo mundo, com evidências concretas de que o garoto havia alimentado um leão antes de visitar o tigre e também invadido, por vontade própria, a jaula em que Hu estava em exposição. Sob a suspeita de sacríficio de Hu, cerca de 26mil pessoas assinaram um documento virtual que visava impedir o fato. O tigre de dois anos e considerado sadio e calmo pelo veterinário e por seu tratador, já voltou a seu local no zoológico. Os diretores do estabelecimento afirmaram que jamais consideraram a hipótese do sacrifício.
As assinaturas conquistadas, mesmo a partir de uma falsa premissa de sacrifício, falam sobre o apreço da população para com os animais. Pessoas que nunca haviam se manifestado sobre os direitos dos animais, após o ocorrido se revelaram em diversas redes sociais. Alguns dos dizeres afirmavam que “como o ser humano não é capaz de respeitar ele mesmo, deveria respeitar pelo menos os animais”. A noção de superioridade humana se faz presente. O animal não é visto como um simples diferente, mas também como inferior. A própria noção de zoológico afirma isso. Para estarem ali, os animais são retirados de seus habitats ainda filhotes e lhes é imposta uma rotina de exposição, enjaulamento e sabese lá que tipo de tratamento. O objetivo é transformar seres portadores de vida (tão valiosa quanto a nossa) em artigos de exposição, como os encontrados em museus. Tudo para que os humanos, com toda a sua superioridade intelectual, possam observálos por alguns minutos e dizer que já viram um animal de determinada espécie.
A condição dos animais