Homossexualismo
Mas em relação ao casamento homoafetivo a ciência tem pouco a dizer. O assunto geralmente resvala para discutíveis aspectos éticos e a metodologia científica não tem –por enquanto- mecanismos para pesquisar o que é ético ou não. Basicamente a questão se restringe à discussão dos direitos individuais dentro de um estado laico e democrático, e do direito que algumas pessoas e denominações religiosas se autoconcedem para palpitar sobre como os outros devem viver suas vidas. Na melhor das hipóteses, a ciência pode em alguns casos analisar os argumentos utilizados a favor ou contra determinadas práticas, sempre que estes invadam a área onde ela trabalha.
Por exemplo, um dos argumentos mais ouvidos nesse debate é que “Atos homossexuais são contrários à lei natural (...). (...) não podem em caso algum ser aprovados.”. Esta premissa procede dos documentos da igreja católica – originados do famoso peccatum contra naturam - e deveria servir de orientação aos que espontaneamente optam por pertencer a essa denominação religiosa. Fora do contexto religioso o conceito “natural” é questionável.
Práticas homossexuais foram comuns ao longo da história da humanidade, sendo ainda aceitas em várias culturas. Atividades homossexuais foram observadas em aproximadamente 1.500 espécies animais, e bem descritas em umas 500, incluindo aqui golfinhos e primatas bonobos, macacos com os quais compartilhamos mais de 98% da carga genética. Este fato inclusive foi utilizado como argumento para a justiça norte-americana