Homem e sociedade
A máscara não é específica do Carnaval. Tem origem religiosa, e ainda hoje, em África, por exemplo, conserva o sentido primordial: homem que envergue a máscara do crocodilo é o espírito do crocodilo - a máscara manifesta a divindade e transmite ao portador todo o seu poder. Estes aspectos foram-se esquecendo paulatinamente noutras culturas. Quando passa para o teatro, grego e romano, já o sagrado desapareceu e a identificação faz-se entre actor e personagem, ou entre máscara e personagem, que aliás são o mesmo vocábulo em latim: persona.
Há muitas máscaras, tantas quantas as ocasiões e os destinos. Nem sequer se restringem aos grupos humanos, entre os animais também é possível falar delas, com outros nomes, evidentemente. Desde a máscara anti-gás à usada pelo apicultor, desde a máscara em fotografia à de simples adorno, desde a máscara de oxigénio à de beleza, desde a máscara funerária à imagem de marca de um político ou de um artista, desde a máscara de esgrima à heteronimia pessoana, o seu uso é muito extenso no tempo e no espaço. É tão remota a sua origem e tão constante a sua presença no mundo vivo que se diria biológica. Certos animais escondem-se por sua própria vontade, como os cães, outros vivem ocultos sem saberem disso, como se usassem máscara. Pode ser uma máscara de cores garridas, que nem sequer conseguem ver, mas é um sinal de perigo para homens e outros predadores, pode ser tão críptica que se mimetizam com o chão, as folhas, os troncos de árvore. logo entenderá o que é a cripsis: as folhas secas mascaram o que se oculta nelas.
Símbolos.
Ás vezes a máscara deixa de ser um mero adereço e passa a se tornar um símbolo de caráter enganoso. Vemos isso nas histórias em quadrinhos a máscara não esconde somente a identidade, mas transforma a vida de quem a possui. Os super-hérois colocam as máscaras e se transformam naquilo que não são na frente dos outros.
Principais funções de uma máscara: * disfarce; * símbolo de