A existência das abadias, mosteiros e conventos são reflexos do monaquismo, mostra que monges cristãos realmente existiram. No século XII, os mosteiros e priorados povoavam aos montes as várias regiões da Europa, hoje reduzidos a centenas em todo mundo, transformados em sombras do que eram na Idade Média. Não foi de imediato que desapareceram, mas um processo lento, um brando declínio que se manifestou logo após os séculos de ouro do monaquismo. Vários golpes externos aceleraram o inevitável processo de declínio que já havia ocorrendo, mas foi responsável também pelas profundas transformações da sociedade e as mudanças radicais da maneira de viver e de pensar a presença cristã na historia, bem como as exigências da politica eclesiástica de Roma, que soube apostar, face às novas circunstâncias, em instrumentos de intervenção diferentes e mais maleáveis. Tais fatos redimensionaram drasticamente o seu papel na vida da Igreja. A primeira dificuldade histórica de fundo reside precisamente no facto de se ter considerado o convento como garantia, decisiva e exclusiva, da continuidade de uma autêntica presença cristã na história. Na autoconfiança que emerge gradualmente da cultura monástica, antiga e medieval, e que vai sendo cada vez mais reforçada por um largo consenso politico e social, os únicos cristãos verdadeiros são os monges. Afinal são eles que seguem à risca as regras ensinadas pelos apóstolos. Através da maturação lenta e complexa de experiências, de tentativas, de elaborações culturais e ideológicas, de propostas institucionais, readaptados na Europa pós-carolíngia serviu de base para a recuperação monástica nos séculos centrais da Idade Média. Entre os séculos X e XI, o processo de redução do cristianismo autêntico a vida monástica atinge a sua expressão máxima e, ate certo ponto, definitiva.
1. Os materiais da Antiguidade tardia e da alta Idade Média.
A maneira de viver dos monges data a época da pregação apostólica. A descrição era que vendiam suas