homem da rua

809 palavras 4 páginas
Ainda o dia andava procura do cu, vinha eu em vagaroso carro que mais a mim me conduzia. De repente, um homem atravessou a calada, desavultado vulto avulso. Uma garrafa o empunhava. E ele, todo sbito e poentio, se embateu frentalmente na viatura. Saltou pelos ares, se aplacando l mais adiante, onde se iniciava o passeio. Sa do susto para inspeccionar sua sobrevivncia.Me debrucei sobre o restante dele, seu rolado enrodilhado. No havia sangue nem quebradura de osso. O maltrapalhado estava a salvo, salvo erro. Todavia, me meteu pena suas vestes eram a sujidade. Havia quase nenhuma roupa em seu sarro. Mesmo o corpo era o que menos lhe pesava. Os olhos estavam parados, na grade do rosto. Me pareciam pedir, o qu nem sei.De inesperado, o vagabundo se ergueu e apressou umas passadas para encalar o longe. Se entrecruzou com sua sombra, assustado de haver escuro e luz. Em muito zig e pouco zag ele acabou por se devolver ao cho. Voltei a acudir, cheio dessa culpa que no cabe na razo. Apanhei o vulto, desarranjado, sem estrutura. Pareceu tontolinho, sempre agarrado ao arregalado gargalo. Me deitou olhos muito espantados e pediu desculpa por incmodos. Apalpou o lugar onde se deitava, e disse- Um de ns est morrendo.Entreolhei-me a mim e ao restante mundo. Ele se precisou- Estou falando da terra, parece ela est moribundando.Lhe disse que o levaria dali para um stio que fosse dele. Ajudei-lhe a entrar no meu carro. Ele recusou com terminncia- No entro em coisa que serve para levar morto.Amparei o desandrajoso. Se sustentou em meu ombro e me foi levando pelo passeio sombrio, atravs dessa desvastido onde o negro escurece a preto.- Agora o senhor me entorne aqui...- AquiEsfregando-se no pescoo como se as mos fossem de outrem, acrescentou- Aqui, sim. Quero acordar com dormncia de lua.Dali ele passou a esbanjar conversa. Quem sabe o homem desjejuava palavra E dizia sem aparncia nenhuma- Bem hajam as folhas, minha camaE explicava-se enquanto alisava as folhagens mortas quando se

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