Holocausto (Resumo Livro)
Lá, cerca de 70% dos internados não tinham diagnóstico de doença mental. Eram apenas epiléticos, negros, homossexuais, alcoolistas, mendigos, prostitutas, pessoas que incomodavam alguém com mais poder, pessoas que se rebelavam. Eram meninas grávidas, violentadas por seus patrões, eram filhas de fazendeiros que perderam a virgindade antes do casamento. Enfim, eram pessoas que, naquela época, fugiam do padrão imposto pela sociedade. Também tinham homens e mulheres que apenas haviam extraviado seus documentos. Pelo menos trinta e três internados eram crianças.
A situação em que os internados viviam era de, no mínimo, animais. Ao chegar lá, tinham suas cabeças raspadas, suas roupas arrancadas, perdiam seus nomes. Às vezes, comiam ratos, bebiam água de esgotos ou urina, dormiam sobre capim, eram espancados e violados.
Em 1930, com a superlotação da unidade, uma história de extermínio começou a ser traçada. Trinta anos depois, existiam 5 mil pacientes em um ligar projetado pra 200. Os pacientes do Colônia morriam de frio, de fome, de doenças e também de choque. Pelo menos 60 mil pessoas morreram entre os muros do Colônia.
Somente em 1980, com a chegada da reforma psiquiátrica no Brasil por lá, é que surgiu alguma esperança.
Um dos capítulos que muito chamou minha atenção, foi o terceiro (O único homem que amou o Colônia). Nele é retratado uma breve história sobre a vida de Luiz Felipe C Carneiro, filho do mestre de obras do Colônia, Raul Ferreira e de Yolanda, filha do administrador do hospício. Há uma breve passagem que mostra que, mesmo ali havia um contraste de vidas. Raul construiu sua casa naquele mesmo terreno do hospital, porém, era considerada um paraíso por quem morava lá, mesmo com tamanha proximidade do inferno Colônia.
Luiz Felipe cresceu por ali, por perto do