Histórico do Movimento Negro

1. Histórico do Movimento Negro no Brasil
A partir das pesquisas bibliográficas e da análise interpretativa da trajetória do movimento negro no brasil pode-se dividi-lo em fases para uma melhor compreensão. A primeira etapa compreende o período pré-abolição da escravatura (1538-1888). Depois, desenvolvem-se os movimentos da Primeira República até o Estado Novo, caracterizando a segunda fase (1889-1937). Posteriormente, tem-se a terceira fase (1945-1964) que vai desde a Segunda República até o Golpe Militar. A quarta fase (1978-2000) tem início no período de redemocratização do país e vai até a República Nova. O período contemporâneo (2000 -? ), por apresentar especificidades e inovações, representa a quinta fase do movimento negro no Brasil.
1.1 Primeira Fase
De acordo com Antonio Gasparetto Junior “desde os primeiros registros de compras de escravos feitos em terras brasileiras até a extinção do tráfico negreiro, em 1850, calcula-se que tenham entrado no Brasil algo em torno de quatro milhões de escravos africanos”. Entre os movimentos de reação à escravatura, o de maior destaque foi a quilombagem. O quilombo era o epicentro deste movimento de resistência, um povoado que abrigava escravos que conseguiam fugir, chegando a acolher também índios e brancos ameaçados. Dentro destes quilombos, a cultura africana era resgatada, representando uma forma de resistência e combate à escravidão e a alienação cultural promovida pelos escravocratas. A quilombagem foi um movimento emancipacionista que influiu intensamente na crise do sistema escravocrata e sua consequente substituição pelo trabalho assalariado. Atualmente, as comunidades quilombolas passam por um processo de reconhecimento legal de sua existência por parte dos governos nacionais e das organizações internacionais. O dia da consciência negra é comemorado em 20 de novembro, data da morte do último líder do maior quilombo do período colonial, Zumbi dos Palmares, reconhecendo-se assim a importância deste