História
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Resenha Crítica do capítulo 1: As filosofias e os paradigmas da Geografia Moderna da obra: Para onde vai o pensamento Geográfico? Por uma epistemologia crítica, de Moreira (2006).
A história do pensamento geográfico seguiu, em linhas gerais, três períodos bem característicos: a) A baixa modernidade e o holismo iluministados séculos XVIII e XIX; A modernidade industrial e a geografia fragmentária dos séculos XIX e XX; e c) A ultra modernidade e a tendência pluralista atual.
O primeiro período caracteriza os prenúncios da geografia moderna e se constitui basicamente de dois momentos: um primeiro no qual o geógrafo alemão Foster e o filósofo também alemão Emmanuel Kant trazem os primeiros elementos teóricos (Kant) e metodológicos (Foster) para uma compreensão moderna da geografia; e num segundo momento, no qual Humboldt e Ritter, “os reais precursores da geografia moderna” (Moreira, 2006, p.20), se encarregarão de lhe dar o estatuto teórico-metodológico necessário. Ou seja, Foster traz as questões metodológicas, o objeto, os elementos empíricos, mais na tradição corológica da geografia. Kant, por sua vez, preocupa-se com o estatuto teórico da geografia, preocupação advinda do seu sistema filosófico de classificação das ciências.
Mas é à Ritter e a Humboldt que devemos o mérito de a um só tempo terem formulado as questões de cunho geográfico em sua dimensão teórica e metodológica. Ritter parte, em seu método, tanto da concepção de Foster quanto de Kant. Do primeiro vem a descrição corológica e do segundo a idéia de “região-parte e espaço-todo”. Por isto para ele a geografia é uma ciência ao mesmo tempo indutiva e dedutiva, derivando daí sua idéia de “individualidade regional”. A geografia deve, deste modo, ir da “observação à observação”, segundo proposição de Ritter, pois indutivamente reconhece-se ou descreve-se a superfície terrestre,