História
No. 584
A economia brasileira no Império,
1822-1889
Marcelo de Paiva Abreu
Luiz Aranha Correa do Lago
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA www.econ.puc-rio.br 1
A economia brasileira no Império, 1822-18891
Marcelo de Paiva Abreu e Luiz Aranha Correa do Lago
Este capítulo sobre a economia imperial é de caráter introdutório e está dividido em dez seções, além desta introdução. O objetivo é colocar em perspectiva as análises mais detalhadas referentes à política econômica durante o período republicano que compõem os demais capítulos deste livro. As duas seções iniciais tratam de aspectos demográficos e do ritmo de crescimento durante o período imperial. A seção 3 considera as principais culturas agrícolas, sua evolução no tempo e distribuição regional, além de fazer referência aos outros setores de menor importância como indústria e mineração. As três seções seguintes abordam os fatores de produção relevantes na expansão da cultura cafeeira no Brasil imperial: trabalho, terra e capital.
Nas seções 7, 8 e 9 são consideradas questões
relacionadas ao comércio exterior, aos diferentes regimes monetários e às finanças públicas. A seção 10 conclui.
A partir da década de 1580, o Brasil, colônia portuguesa, tornou-se o principal produtor mundial de açúcar, com base no trabalho de escravos africanos, posição que manteve até a segunda metade do século XVII. A colônia também produzia fumo, madeiras e couros. Nas últimas décadas do século, a concorrência de colônias inglesas, francesas e holandesas no
Caribe prejudicou a economia açucareira do Brasil, que perdeu sua hegemonia, mas a descoberta de ouro nos anos 1690 resultou em nova fase de prosperidade para a colônia.
No século XVIII, o Brasil foi o maior produtor mundial de ouro, com cerca de 40% do volume total produzido entre 1701 e 1800, com produção estimada entre 800 e 900 toneladas (Morrisson, Barrandon e Morrisson (1999), p. 94, Pinto (1979), p. 114-117 e