História e o Cinema
Estamos vivendo a era das imagens. Centenas de filmes, documentários e telejornais exibem informações que penetram em nossas mentes sem que tenhamos tempo para processá-las. Essa situação dá a sensação de que as pessoas estão de fato informadas, neste mundo globalizado. Ora as coisas não são tão simples assim, pois os excessos de luzes e cores eliminam as ambigüidades e as complexidades daquilo que se vê, transmitindo uma falsa segurança e um conhecimento superficial.
O ensino de História tem-se valido dessas inovações. O uso de imagens – dos slides aos jogos em computadores – tem despertado interesse por certos temas do passado. Alguns educadores modernos acham que é possível ensinar História por meio do cinema. O cinema pode ajudar e muito no ensino e nas discussões sobre o passado. É evidente que toda a parafernália tecnológica disponível é de grande utilidade; porém, tanto a leitura de obras de historiadores profissionais como a de suas pesquisas são fundamentais nessa simbiose de recursos e métodos variados para se construir o conhecimento.
466
É ingenuidade acreditar que, as assistir a um filme sobre um determinado tema, você estará apto a discutir o assunto. Um filme sobre a Revolução Francesa, como, por exemplo, “Danton: o processo da revolução”, apresenta uma leitura fragmentada da Revolução, segundo a ótica de um cineasta, e não reflete necessariamente aquilo que de fato aconteceu. É uma tentativa de reconstituição do passado que não coincide com a visão de boa parte dos historiadores.
Em muitos filmes, os erros históricos são grotescos. Na ânsia de simplificar, dramatizar, “modernizar” e agradar ao público, cometem-se muitos disparates. A falta de pesquisa, as razões ideológicas e comerciais, os diálogos inverossímeis, os figurinos desajeitados e a conseqüente adulteração do passado fazem com que certas obras prestem um grande desserviço aos estudos históricos. O pior é que boas imagens, bons atores e um