história do teatro e outras
A breve história do teatro brasileiro e suas reviravoltas dramáticas
Dos índios às novas tribos, nosso teatro foi silenciado durante o governo militar e agora renasce com a força local para extrapolar o eixo Rio-SP.
Se na Grécia antiga o teatro começou com os rituais para Dionísio, no Brasil, a história do nosso teatro nasce com os rituais indígenas e suas celebrações antropofágicas. Depois chegaram os jesuístas e seus autos de catequização, os escravos e seus rituais para celebrar divindades, a Corte e o luxo das óperas estrangeiras. O teatro com grupos formados por atores brasileiros só se estabeleceu a partir do Século 19, abrindo a área para o florescimento da comédia de costumes e teatro burlesco. Foi só no Século 20, com os grupos universitários, que o nosso teatro se modernizou. Nos anos 1960 e 1970, viveu-se um ápice criativo urgente e penetrante. Veio a censura. Tempo de exílio. Na reabertura política, a nossa virada para o contemporâneo. Encenadores experimentais, seguidos de grandes musicais e teatro comercial. Agora renascem os grupos, extrapolando o Sudeste. Para contar brevemente essa história espetacular, o professor João Roberto Faria, organizador do livro "História do Teatro Brasileiro", e o diretor Celso Nunes, dão uma pincelada em alguns dos principais momentos da nossa arte dramática.
O velho teatro brasileiro
O costume de assistir a um espetáculo no modelo europeu só começou a se desenvolver no país com a chegada da Família Real e toda a Corte portuguesa a partir de 1808. "Aquelas pessoas estavam acostumadas a uma vida cultural agitada", explica João Roberto. Para compensar a selvageria dos trópicos, o rei convidava companhias estrangeiras para apresentarem espetáculos aqui.
A partir do Século 19, com a Independência do Brasil, seguida da abolição da escravatura e, mais a frente, a Proclamação da República, é que se começa a desenvolver um público para fazer e curtir o teatro