História do Saneamento Básico no Brasil
Seguindo o contexto dos Posts “Despoluição da Baía da Guanabara: Será que agora sai?” e “Rua não é banheiro! Pelo menos não hoje em dia”, esse texto busca apresentar como foi o desenvolvimento do saneamento básico no Brasil e nos ajudar a refletir sobre a precária situação.
Alguns dizem que o Saneamento começou no período colonial, com o surgimento das cidades brasileiras. Porém, há relatos, que muito antes disso, as comunidades indígenas já se preocupavam com o abastecimento de água e disposição dos dejetos. A história conta que os índios armazenavam água doce para o consumo em vasos de barro e de argila e em grandes caçambas de pedra. Além disso, nas aldeias existiam espaços determinados usados apenas para as necessidades fisiológicas. Essas informações induzem o pensamento que os nossos índios já detinham certo conhecimento sobre o perigo da falta de saneamento.
Depois do descobrimento e início do período colonial, as cidades surgiram e foram acompanhadas pela necessidade por serviços fundamentais para a população. No princípio, o saneamento era bem precário, se resumia na instalação de chafarizes e na drenagem dos terrenos.
No início do século XIX, com a vinda da Corte Portuguesa e abertura dos portos, as cidades começaram a ter grande importância social e econômica e a população cresceu exponencialmente. Mas esse progresso não foi acompanhado por infraestrutura. No Rio de Janeiro, sede do império, as instalações sanitárias ficavam localizadas nos fundos das casas e os despejos eram colocados em recipientes especiais. Após vários dias, quando estavam cheios, com mau cheiro e infectados, eram transportados pelos escravos e despejados na atual Praça da República ou na beira-mar. O abastecimento de água também era feito de forma precária pelos escravos, através do transporte dos enormes vasos dos chafarizes e para as residências.
Entre 1830 a 1851, houve 23 epidemias letais no Rio de Janeiro, muitas dessas