História de pierre verger
Verger continuou estudando e documentando sobre o assunto escolhido até a sua morte em Salvador, com a idade de 94 anos. Durante aquele tempo ele se tornou professor na Universidade Federal da Bahia em 1973, onde ele era responsável pelo estabelecimento do Museu Afro-Brasileiro, em Salvador; e serviu como professor visitante na Universidade de Ifé na Nigéria.
Pierre Verger, 93 anos, etnólogo e um dos mais conhecidos fotógrafos do mundo, morreu em Salvador, BA, de insuficiência cardíaca e respiratória aguda. Seu corpo foi enterrado no Cemitério da Ordem Terceira, numa cerimônia acompanhada por cantos em iorubá e presenciada por amigos como o cantor Gilberto Gil, o fotógrafo Mário Cravo e o artista plástico Caribé.
Verger dedicou 49 anos de sua vida a pesquisar as semelhanças entre as culturas africana e baiana. Mas há vários anos Pierre Verger já não deixava mais seu pequeno quarto, onde tinha uma cama com colchão de capim e resistia à ideia de colocar um aparelh de TV. "Acho que a televisão emburrece as pessoas", argumentava. Ele vivia na companhia de uma senhora, dona Sisi, e do amigo Antonio Carlos da Costa.
Filho de um industrial belga que se mudou para Paris, Verger nasceu na capital francesa . Viveu 19 anos na África, radicou-se em 1954 no Rio e, depois, em Salvador. Publicou, entre outras obras, a tese Fluxo e Refluxo do comércio dos escravos entre o Benin e a Baia de Todos os Santos. Colecionou 62 mil negativos, 2.800 livros, 3.500 espécies de plantas e mil horas de gravações sobre a cultura iorubá. O material faz parte da Fundação Pierre Verger, em Salvador.
A conexão África-Bahia foi uma das principais obras de Pierre Verger. O etnólogo funcionou como ponte que unia as identidades religiosas e culturais dos negros baianos com seus ascendentes vindos da República de Benin, na África Ocidental. "Amo quase igualmente as duas partes do Atlântico, com uma ternura