História da Radiologia
O papel social da ciência era algo claro para Abreu: "No valor da ciência, está o valor da vida; fora da vida, a ciência não tem a menor finalidade". Abreu escreveu poesias e trabalhos em filosofia, além de inovar em outras áreas fora da medicina, como em hidráulica. Em Manuel de Abreu, observa Barros Vidal, lampejava "esse gênio de múltiplas formas, que fazia a grandeza do sábio, alimentava a inspiração do poeta e dava originalidade e profundeza ao filósofo".
Não raro se encontra o poeta e o cientista como no momento em que descreve a emoção que experimentou ao contemplar os primeiros resultados daquilo que perseguia com tenacidade por anos: "no filme revelado estavam as primeiras fluorografias; olhei-as longamente; eram flores para mim, eram pássaros, cantavam um canto matinal que me extasiava".
Manoel de Abreu foi o terceiro filho do casal Júlio Antunes de Abreu, português da província do Minho, e Mercedes da Rocha Dias, natural de Sorocaba. Nasceu em São Paulo a 4 de janeiro de 1892. Diplomou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1913 e defendeu tese de doutoramento intitulada "Natureza Pobre", relativa à influência do clima tropical sobre a civilização, em julho de 1914. Nesse mesmo ano, deixa o Brasil acompanhado de seus pais, seu irmão Júlio Antunes de Abreu Júnior e sua irmã Mercedes Dias de Abreu, com destino à Europa, a fim de aperfeiçoar-se nos hospitais de Paris. A primeira Grande Guerra obriga-os a desembarcar e permanecer em Lisboa até o início do ano de 1915 quando, enfim, a família Abreu chega à capital da França. Seu primeiro contato com a medicina francesa foi no "Nouvel Hôpital de la Pitié", mais precisamente, no serviço do professor Gaston Lion. Encarregado de fotografar peças cirúrgicas, Manoel de Abreu demonstra