História da educação
Pedagogia
Decorre daí o caráter tradicionalista da educação, ocupada com a transmissão do saber do passado, o que a toma rígida e estática. Tratando-se de sociedades teocráticas, a educação não se separa da religião, e o escriba, o sacerdote ou o mago são os depositários desses valores.
Na Grécia clássica, ao contrário, as explicações predominantemente religiosas são substituídas pelo uso da razão autônoma, da inteligência crítica e pela atuação da personalidade livre, capaz de estabelecer uma lei humana e não mais divina. Surge, pois, a necessidade de elaborar teoricamente o ideal da formação, não do herói, submetido ao destino, mas do cidadão. Este deixa de ser o depositário do saber da comunidade, para se tomar o que elabora a cultura da cidade. Por volta do século V a.C. é criada a palavra paidéia, que de início significa apenas criação dos meninos (pais,paidós, “criança”). “Cada um daqueles termos se limita a exprimir um aspecto daquele conceito global e, para abranger o campo total do conceito grego, teríamos de empregá-los todos de uma só vez”.
A Grécia clássica pode ser considerada o berço da pedagogia. A palavra paidagogos significa literalmente aquele que conduz a criança (agogós, “que conduz”), no caso o escravo que acompanha a criança à escola. Com o tempo, o sentido se amplia para designar toda teoria sobre a educação. São os gregos que, ao discutir os fins da paidéia, esboçam as primeiras linhas conscientes da ação pedagógica e assim influenciam por séculos a cultura ocidental.
As questões: o que é melhor ensinar?, como é melhor ensinar? e para que ensinar? enriquecem as reflexões dos filósofos e marcam diversas tendências, como veremos a seguir.
Tradição mítica
Até o século VI a.C. ainda predomina na Grécia uma concepção mítica do mundo. Os mitos gregos, recolhidos pela tradição, recebem forma poética e são transmitidos oralmente pelos cantores ambulantes conhecidos como aedos e rapsodos, que os recitam de cor em praça