História da Cultura e das Artes
O meu nome é Ana Micaela Saraiva. Podes estar neste momento a rir-te do meu apelido, pensando que caí do céu, típico pensamento ao qual já me encontro habituada e que, confesso, nunca perde a sua graça.
Por mais que pareça mentira, não há muita coisa de que me lembre sobre a minha infância, tenho sim um conjunto de momentos felizes que ajudaram a construir o meu ser e que guardo, com todas as chaves, no meu coração.
De 15 em 15 dias vou à terra dos meus avós, terra onde os meus pais nasceram e pela qual nutro um carinho especial, Cinfães. Apesar de ser um lugar pequeno e escondido do resto do mundo é, sem dúvida, magnífico, com sabor a magia e aroma intenso a laranjeiras e a oliveiras. Foi neste sítio que aprendi a andar de bicicleta. Lembro-me de que a minha mãe estava à janela quando pus os pés nos pedais e andei, pela primeira vez, em cima daquele que, ao início, me parecia um monstro. Posso agradecer ao meu pai que foi um verdadeiro mestre no ensino e possuidor de uma vasta paciência. Amo os meus pais incondicionalmente. Posso dizer que são parte de mim, a melhor parte que possuo. Que poderei dizer deles? Tudo aquilo que diga será sempre insuficiente, muito mais irá ficar por dizer... No entanto, resumirei-os em pessoas adoráveis que cuidam de mim, compreendem-me e apoiam-me como ninguém, independentemente de tudo.
Desde novinha, com os meus dez anos, que ganhei o amor pela música, mais concretamente pelo clarinete. Entrei para uma Academia de Música, em Avintes, e mais tarde fui admitida no Conservatório de Música de Gaia, o qual frequento atualmente.
Passei para o quinto ano, ano em que tive em mãos a minha própria chave de casa, e desde então que a escola básica se tornou numa época que