burguesia reservou para si o poder político, e controlava o acesso às funções públicas eadministrativas, aproveitando-se da sua posição social. Logo, verifica-se que os ditos direitosnaturais eram meramente teóricos.Os diplomas constitucionais legitimam o poder político dos liberais, assente na ordem jurídica. O rei outorgava esse documento, dentro da monarquia constitucional.A separação dos poderes foi aplicada para evitar o despotismo, tendo sido os poderesdistribuídos pelos diferentes órgãos da soberania. No entanto, é reforçado o poder executivo,considerando-se o responsável pela prosperidade económica e civil de Inglaterra.Assume-se o Estado como laico. De modo a dar-se a emancipação do indivíduo e doestado de tutela da igreja, os liberais, defensores da liberdade religiosa, aplicaram uma sériede reformas: a criação do Registo Civil (para registar casamentos, óbitos, etc., o que dantes eraresponsabilidade da Igreja); a criação de uma rede de assistência e ensino laicos, sendo aúltima um instrumento de difusão da fraternidade, patriotismo e tolerância, valores quesubstituem os que dantes eram pregados pelos párocos; a nacionalização do fundo patrimonialdas ordens religiosas (para diminuir o poder da Igreja); a transformação de membros do cleroem vulgares cidadãos.Economicamente, eram defensores do fisiocratismo – governo a partir da Natureza.Quesnay, crente na última como única criadora de riquezas, defendeu a total liberdade decultivo. Gournay defendeu a liberdade de produção industrial e de circulação (laissez faire,laissez passer).Adam Smith, o mais importante teórico liberal, identifica a vantagem pessoal com ointeresse da colectividade. Apenas a livre iniciativa em busca da riqueza seria promotora doprogresso económico. Smith preconizou a suspensão dos monopólios, a livre concorrência e aliberdade comercial. O equilíbrio de produção e de consumo seria atingido pelo livre jogo deoferta e procura e pela livre concorrência, sendo que o Estado não