A presença dos holandeses no Nordeste do Brasil durou pouco mais de vinte anos, mas deixou um legado histórico, cultural e econômico que ainda desperta o interesse dos estudiosos e fascina os interessados na história colonial. Os textos de O Brasil holandês são uma amostra das diversas vozes e versões dos principais acontecimentos militares e sociais da aventura holandesa nos trópicos. Os textos compõem um quadro político e cotidiano do período, um dos mais ricos e bem documentados da história colonial brasileira. O livro tem organização de Evaldo Cabral de Mello, maior especialista no período holandês em Pernambuco. Para compor esta coletânea, o historiador escolheu textos da época, recolhidos de fontes portuguesas, brasileiras e holandesas. São documentos oficiais, relatos de viajantes, relatórios, cartas, diários, textos de autoridades, religiosos, soldados, pessoas comuns e alguns anônimos, que viveram os acontecimentos e os registraram, motivados por seus interesses pessoais e experiências marcantes. A cada capítulo, Evaldo Cabral apresenta as questões principais dos documentos selecionados e os contextualiza com informações complementares, de maneira a guiar os leitores pela evolução dos eventos históricos. Em sua seleção, o organizador priorizou narrativas em primeira pessoa, testemunhos de quem participou dos eventos ou a eles assistiu. Com isso, o leitor se sente parte da história, no calor dos acontecimentos descritos e analisados. Os textos estão divididos em três partes: “A guerra de resistência”, “O interregno nassoviano” e “A guerra de restauração”. Na primeira parte, os textos abordam a escolha do Nordeste como o local privilegiado pelo interesse econômico holandês, os primeiros anos de resistência à ocupação e a conquista de Olinda e Recife. Na segunda parte, estão documentos e relatos sobre o governo de Maurício de Nassau, auge do governo do Brasil Holandês e período de grande
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modernização. Sobre as mudanças no Recife, até então um mero