Historia
Mercado se aquece com o impacto dos exames de qualificação, a demanda da classe C e o avanço dos sistemas de ensino nas escolas públicas
Nathalia Goulart
O mercado de fornecimento de material didático e métodos de ensino é promissor (Alexandre Schneider)
Novas e milionárias operações no mercado de sistemas de ensino podem acontecer no futuro próximo, aposta FGV
O setor da educação no Brasil assistiu a quatro grandes operações de aquisição em menos de dois meses. Em 12 de julho, a Abril Educação comprou o Anglo, um dos mais tradicionais grupos de educação do país. Um mês depois, o fundo de private equity (de investimentos em outras empresas) BR Investimentos adquiriu parte da Abril Educação por 226,2 milhões de reais. No último dia 22, foi a vez da britânica Pearson assumir o controle do Sistema Educacional Brasileiro (SEB), dono do COC, Pueri Domus e Dom Bosco. Na semana passada, a empresa de participações Buffalo Investimentos anunciou a aquisição da operação de apostilas e treinamento de professores do Universitário.
Longe de configurar simples coincidência, a proximidade das operações reflete o aquecimento do mercado de sistemas de ensino no país – métodos desenvolvidos por empresas de educação e distribuídos a escolas privadas, em sua maioria, e também instituições públicas. Alguns dos protagonistas desse mercado – em ordem, Positivo, Abril Educação/Anglo, Pearson/SEB e Objetivo – não informam faturamento e suas respectivas fatias de mercado, o que dificulta precisar o tamanho do bolo. Mas uma coisa é certa: trata-se de um negócio, de fato, bilionário. A Hoper Consultoria, especializada em educação, estima que a receita do setor gira em torno de 1 bilhão de reais.
“O mercado de fornecimento de material didático e métodos de ensino é promissor”, resume o economista André Portela, da Fundação Getúlio Vargas. Há ao menos três importantes fatores a impulsionar o setor. O primeiro é a crescente importância das avaliações a