Historia textil brasil
Observando os relatos dos navegadores enviados ao Brasil à Época do Descobrimento, constatamos que a atividade têxtil, ainda que rudimentar, já era exercida pelos habitantes, e que o algodão era a fibra mais utilizada nos processos de Fiação e Tecelagem. No primeiro documento escrito, enviado do Brasil à Portugal - a carta de Pero Vaz Caminha - há referência à “ uma mulher moça com um menino no colo, atado com um pano não sei de quê aos peitos ”, e o atento escrivão assinalou, mais adiante, que “ as casas tinham dentro muitos esteios, e de esteio a esteio, uma rede atada pelos cabos em cada esteio ”. Embora não tenha declarado expressamente tratar-se de redes de algodão, pode-se chegar à essa conclusão pela consulta a um outro documento conhecido como Relação do Piloto Anônimo, no qual esse tripulante da armada de Cabral, ao descrever os costumes dos silvícolas, assinalou : “ As suas casas são de madeira, cobertas de folha e ramos de árvore, com muitas colunas de pau pelo meio, e entre estas e a parede pregam redes de algodão, nas quais podem estar um homem, e diante de cada rede fazem um fogo, de modo que numa só casa pode haver quarenta ou cinquenta leitos a modo de teares ”. Com a introdução dos escravos africanos no Brasil, iniciada ainda na primeira metade do século XVI, começou a desenvolver-se a cultura do algodoeiro, visando, entre outras razões de suma importância, a fabricação de panos grossos, destinados a cobrir-lhes a nudez. A Fiação e a Tecelagem eram feitas com auxílio de instrumentos rústicos, como as rocas e os primitivos fusos, e o trabalho se executava em ambiente doméstico, em que se ocupavam tanto as senhoras como as escravas. Entre 1580 e 1640, Portugal passou a fazer parte da União Ibérica, o que fez com que suas colônias ultramarinas fossem hostilizadas pelos inimigos do Reino de Espanha. As sucessivas invasões Holandesas( de 1624 a mais ou menos 1650 ), em busca de açucar, desorganizou por completo e