Historia moderna
IDENTIFICAÇÃO DA OBRA: ZALUAR, Alba. A máquina e a revolta: as organizações populares e o significado da pobreza. 2ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2000, pp.07-38.
AUTOR: ALBA ZALUAR, Antropóloga brasileira, pesquisadora das áreas: antropologia urbana e a antropologia da violência. Professora aposentada da Universidade Estadual de Campinas e titular da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Coordenadora do Núcleo de Pesquisas das Violências (NUPEVI).
ASPECTOS DETERMINANTES – VISÕES E POSIÇÕES No primeiro tópico da obra A máquina e a revolta: as organizações populares e o significado da pobreza, de Alba Zaloar, demonstra aspectos determinantes da violência urbana no estado do Rio de Janeiro. Especialmente foi material de investigação antropológica o conjunto habitacional “cidade de Deus”. Os primeiros contatos foram carregados de etnocentrismo e de insucesso. Eles não sabiam quem seria e com quais motivações estariam a chegar na cidade de Deus. Alba percebeu o choque cultural, social. Econômico e intelectual na pele.
A sensação mais forte que tive naquele momento foi a de medo. Não o medo que qualquer ser humano sente diante dos desconhecidos, mas um medo construído pela leitura diária dos jornais que apresentavam os habitantes daquele local como definitivamente perdidos para o convívio social, como perigosos criminosos, assassinos em potencial, traficantes de tóxicos, etc.[2] O perigo era eminente e o medo um companheiro psicológico inseparável. O romper deste medo da insegurança de da comunicação embarreirada, vinha da dificuldade de se criar um mundo simbólico de significações comuns pela linguagem. Uma possibilidade impossível tocava o ser de Alba. Não existia nenhum movimento ordenador socialmente dito, a distância entre pobres e ricos era a certeza mais pretensa diante dos olhos. Os mundos são separados, cada vez mais longínquos. Deste modo,