Historia geral
22 Estado e economia na Primeira República lguém já disse, com razão, que todo brasileiro é, ou gostaria de ser, técnico de futebol. Basta a seleção brasileira jogar para todo mundo começar a dar palpite. Somos grandes palpiteiros. Ultimamente, uma das manias nacionais tem sido falar também sobre a economia brasileira. Em todos os telejornais existe a figura do comentarista econômico. Muitos de nós já estão mais familiarizados com a difícil linguagem dos economistas, o “economês” Nestes tempos de sucessivos planos econômi“economês”. cos, de forte presença do Estado na definição dos rumos da economia, muitos sabem que qualquer medida do governo pode afetar a vida de muita gente. É natural, por conseguinte, tanto interesse. Na Primeira República, a história era outra. Política econômica era um tema para poucos. O café era o eixo fundamental da nossa economia, e o poder público interferia bem menos que nos dias de hoje. Nesta aula, veremos como o Estado se fazia presente naquela economia agroexportadora. Examinaremos ainda os principais fatores responsáveis pela expansão da indústria nas primeiras décadas do século XX.
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Abertura
Salvar o café
O Império caiu, mas o “rei café” não perdeu a majestade. Na década de 1890, a produção cafeeira viveu um crescimento vertiginoso. A produção média aumentou de 6,5 milhões de sacas entre 1891 e 1895 para 11,7 milhões entre 1896 e 1902. Esse fato certamente está relacionado, entre outros fatores, ao aumento da procura do produto no plano internacional e, ainda, ao grande movimento de imigração naquela última década do século XIX.
Movimento
Entre 1888 e 1900 [ingressaram no Brasil] cerca de 1.400.000 pessoas, das quais 890.000 se fixaram em São Paulo.
João Manuel Cardoso de Mello, O capitalismo tardio, p. 124
Estava finalmente equacionado o problema da falta de braços para a lavoura cafeeira, que por muito tempo havia atormentado o espírito dos produtores.
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Em tempo