historia da estetica

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A eliminação deliberada dos banhos públicos constituiu um acto de higiene social e moral. Longe de se dedicarem em exclusivo à limpeza pessoal, estes estabelecimentos ofereciam também um determinado número de serviços que as autoridades civis consideravam uma ameaça aos princípios morais das cidades. O vinho e as refeições eram servidos aos banhistas dentro ou fora de água.
A crença na permeabilidade da pele e na ameaça que os banhos representavam para a saúde em geral continuaram, ao longo do século XVII, a fornecer aos textos médicos uma grande variedade de argumentos sobre os efeitos nocivos dos banhos públicos e os perigos da água.
No século XVII, os efeitos debilitantes da água quente eram universalmente reconhecidos. Acreditava-se que os poros dilatados permitiam a saída dos humores do corpo, causando a perda de forças vitais, a fraqueza e outras doenças ainda mais graves, como a hidropisia, a imbecilidade e o aborto. Entre as precauções a ter depois do banho costumava geralmente um descanso na cama, que em alguns casos poderia durar vários dias.
Desaparecida a água, entram em cena o limpar, o friccionar, o empoar e o perfumar. Livros de civilidade, não se limitam a descrever o comportamento requintado que devem ter as classes superiores quando se assoam e sentam à mesa. Insistem, igualmente, na limpeza do corpo e dos seus orifícios, realçando os novos imperativos sociais e fazendo a separação entre a elite e o «vulgo».

Passou a ser dada maior atenção às partes do corpo que se apresentavam descobertas: a cara e as mãos. Muito embora a água continuasse a ser utilizada, para as abluções matinais destas duas partes do corpo, no século XVII era considerada própria somente para enxaguar a boca e as mãos, mas apenas desde que lhe tivesse sido adicionado vinagre ou vinho para atenuar os seus eventuais efeitos nocivos. Os livros de civilidade desaconselhavam especialmente o uso de água na cara porque se acreditava que prejudicava a visão, causava dores de

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