historia arthur cecil pigou
O Curso das mudanças
Na corrida entre a “lebre”, grande motor do progresso turbinado com subsídios públicos e ambientais, e a tartaruga movida a sol e vento, fenômenos como o das mudanças climáticas alertam o veloz coelhinho de que a festa está acabando
Mario Monzoni
Nascido no último quarto do século 19, o economista britânico Arthur Cecil Pigou morreu em 1959, sem ver sua teoria levada a sério. Foi somente a partir do fim do século 20 que os chamados impostos pigouvianos entraram nas cartilhas e livros-texto de Economia. Ainda assim, foi preciso que a ameaça de desastres ambientais de grandes proporções forçassem os economistas a admitir que há custos dentro do sistema de produção capitalista que, embora não entrem na formulação dos preços dos produtos, são pagos por toda a sociedade.
Nada espelha melhor essa realidade do que os preços dos combustíveis fósseis que alimentaram o fantástico crescimento econômico visto no século passado. E cuja era começa a chegar ao fim.
Pigou foi o primeiro economista a propor a taxação sobre produtos que geram externalidades: impactos geralmente negativos e não negociados – portanto, uma imposição de custos –, resultantes de uma ação humana ou corporativa sobre uma terceira parte, seja esta um indivíduo, uma comunidade, seja a sociedade em geral, ou o meio ambiente.
As externalidades, como o nome diz, são deixadas de fora do modelo econômico, tanto do microeconômico, para a formação de preços, quanto do macroeconômico, para a formulação de políticas. Para Pigou, um imposto sobre o consumo de produtos que geram externalidades estabeleceria um novo preço que desestimularia a sua oferta além do ponto no qual o consumidor se dispõe a pagar por elas. O máximo que o economista britânico conseguiu, no entanto, foi a aceitação das externalidades dentro do universo econômico como imperfeições de difícil tratamento.
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