Hist Ria Depois Do Fim Da Hist Ria
O artigo trata se de algumas reflexões feitas pelo historiador Josef Fontana, quando o mesmo foi convidado para participar do XIV AMPUH/SP, na qual o tema que ele ficou responsável foi à temática “sujeito na história: práticas e representações” que tomam por base o ano de 1989, quando, entre outros eventos comemorou-se o bicentenário da Revolução Francesa, porém com o diferencial de não ter estudos de textos com base na fundamentação marxista. O artigo de Josef também analisa a atual relação de verdade histórica e aponta os possíveis novos caminhos para o desenvolvimento do nosso trabalho na contemporaneidade.
No primeiro momento ele expõe que há alguns anos quem se pretendia descrever sobre o panorama da ciência histórica, em seus estudos sobressaíam as três grandes correntes inovadoras: a historiografia de inspiração marxista, a escola dos Annales e a nova história econômica norte-americana, que como bem sabemos, correspondiam a três modos distintos de entender o presente sob um ponto de vista político e social.
A partir de 1989 o panorama mudou completamente, uma série de acontecimentos coincidiu-se: a derrubada do muro de Berlim, o recrudescimento do assalto às interpretações de esquerda da revolução francesa por ocasião do seu bicentenário, entre outros. Isso não significa que o descrédito das velhas correntes dominantes tenha começado em 1989, muito pelo contrário, sua decadência havia se iniciado muito antes, coincidindo com as grandes mudanças que acompanharam o abandono progressivo da “história social” em benefício da “história cultural” com os avanços da sociologia histórica e com a propagação do giro linguístico na história.