hipertenção arterial
Quando se discute o problema da Hipertensão Arterial, mesmo quando abordado sobre o aspecto de saúde pública ou sobre o aspecto de causalidade, enfocando os fatores de risco ambientais para a elevação da pressão arterial, pouco se menciona o trabalho ou o emprego como aspectos significantes a serem discutidos. No entanto, podemos mencionar alguns dados resumidos na tabela I para atestar a importância desse problema.
Entre 1980 e 1986, foram concedidas, em média, 103.785 novas aposentadorias por doença por ano 1. Nos anos de 1999, 2000 e 2001 essa média anual havia se elevado para 151.893 novas aposentadorias por invalidez do total de 652.328 aposentadorias concedidas em média, nestes 3 anos. Portanto, as aposentadorias por invalidez representaram 23,3% do total de aposentadorias 2. Das aposentadorias por invalidez destes últimos 3 anos, 71% foram para pacientes entre os 30 e 59 anos de idade, ou seja, em plena atividade produtiva. Vinte e nove por cento das aposentadorias por doença são concedidas com o diagnóstico de Doenças do Aparelho Circulatório e 18,1% têm como causa da aposentadoria o diagnóstico de Hipertensão Arterial, a qual representa a principal causa de aposentadoria por doença. Se considerarmos que cada novo aposentado recebe o valor atual do salário mínimo de 53,3 dólares, os gastos anuais com estas novas aposentadorias por Hipertensão Arterial representariam 19.049.645 dólares ou R$ 71.436.170,00 (setenta e um milhões, quatrocentos e trinta e seis mil, cento e setenta reais). Esses gastos devem estar sendo adicionados anualmente à folha de pagamento dos aposentados por doença e, cumulativamente, representam um valor bastante significante. Acrescente-se a estes gastos os relativos ao auxílio doença que nos mesmos anos de 1999-2001 representaram uma média anual de 738.056 auxílios doença. As Doenças do Aparelho Circulatório são responsáveis por 8,1% deste total. A Hipertensão Arterial representa 71% dos casos deste grupo de doenças,