Hino à Caridade
QUE ULTRAPASSA TUDO!
Em pleno ano Paulino, é oportuno recordar o ensinamento e o testemunho de São Paulo sobre a Caridade, por ele apresentada, no seu mais belo Hino, como um caminho que ultrapassa tudo…
Aliás, em todo o Novo Testamento, a caridade apresenta-se não apenas como a “plenitude da Lei”, mas como prioridade absoluta na vida de cada cristão e da Igreja, enquanto comunidade de amor. Deduz-se claramente daí, como da actividade de São Paulo e dos seus escritos, a caridade, como prioridade existencial e pastoral.
Perante as exigências da caridade, não apenas se relativizam as diferenças humanas, como se geram todas as atitudes que identificam o modo cristão de viver.
“Com efeito, em Cristo Jesus, não têm valor nem a circuncisão, nem a incircuncisão, mas apenas a fé, operante na caridade” (Gal. 5,6). E acrescenta a seguir: “O fruto do Espírito é a caridade, a alegria, a paz, a paciência, a bondade, a benevolência, a fé, a mansidão e o domínio de si. Contra estas coisas não existe lei” (Gal. 5,22).
Mas a caridade, de que São Paulo nos fala e testemunha, preside a toda a acção pastoral da Igreja como comunidade de amor. Bento XVI, na sua primeira Encíclica, afirma:
“A natureza íntima da Igreja exprime-se num tríplice dever: anúncio da Palavra de Deus (kerygma-martyria), celebração dos Sacramentos (leiturgia), serviço da caridade (diakonia). São deveres que se reclamam mutuamente, não podendo um ser separado dos outros. Para a Igreja, a caridade não é uma espécie de actividade de assistência social que se poderia mesmo deixar a outros, mas pertence à sua natureza, é expressão irrenunciável da sua própria essência”[DCE 25].
Neste ano Paulino, peçamos a São Paulo que nos ensine, sobretudo através do seu belíssimo Hino à Caridade, esse caminho, que ultrapassa tudo, lendo-o e meditando-o, para agir, em consequência, pois este Hino constitui, no dizer de Bento XVI, a Magna Carta de todo o serviço eclesial”[DCE 34]. É nessa