HIGROSCOPICIDADE DA MADEIRA
TECNOLOGIA DOS PRODUTOS FLORESTAIS
- HIGROSCOPICIDADE DA MADEIRA -
MARIA EMÍLIA CALVÃO MOREIRA DA SILVA
UTAD
2010
1 - A ESTRUTURA FÍSICO-QUÍMICO DA FIBRA LENHOSA
1.2 - ESTRUTURA DA PAREDE CELULAR
A complexidade da composição química da parede celular da madeira estende-se igualmente à sua estrutura física, principalmente no que diz respeito à fracção celulósica
(JANE, 1970).
A deposição dos compostos orgânicos na parede celular durante o desenvolvimento da célula não se faz de uma forma desordenada. De facto, a maior parte da celulose existente na parede celular não se encontra como moléculas em cadeia isoladas aparecendo, antes pelo contrário, organizada em estruturas idênticas a um "feixe" denominadas microfibrilas (JANE, 1970; HAYGREEN et al., 1982; TSOUMIS,1969, 1991). Segundo alguns autores, (KOLLMANN et al., 1968; PEÑA, 1986; FENGEL et al., 1989) não são as moléculas de celulose isoladas que constituem uma microfibrila antes disso, elas organizam-se em grupos de aproximadamente 40 cadeias de celulose formando, unidades denominadas fibrilas elementares, com diâmetro médio de 3,5µm.
No entanto, e dado que a estrutura mais pequena da parede que pode ser observada ao microscópio electrónico é a microfibrila, esta é vulgarmente considerada a estrutura elementar da parede celular (TSOUMIS, 1991).
Apresentando uma forma cilíndrica, o diâmetro das microfibrilas é variável, situando-se entre os 10-30µm (FENGEL et al., 1989; TSOUMIS, 1991).
As microfibrilas são, então, constituídas por um conjunto de moléculas de celulose que, de um modo geral, se encontram orientadas segundo o eixo das microfibrilas. No entanto, só em determinadas regiões é que estas moléculas de celulose são paralelas entre si. Nestas regiões, chamadas regiões cristalinas ou cristalites, as moléculas de celulose encontram-se fortemente ligadas entre si através de pontes de hidrogénio (Figura 1).
Ponte de hidrogénio
H
(+)
O
(-)
(-)